domingo, 14 de fevereiro de 2010

Curriculum Vitae João Feijó

Data de Nascimento: 30 de Abril 1963

Nacionalidade: Português

Morada: Estoril/Cascais

Contactos: (00351) 968024861/(00351) 917048976 (00351) 214037205

E-mail: joaofeijo_l@hotmail.com / joaofeijo@netcabo.pt

Site: www.art-joaofeijo.com
Blog: www.joaofeijo.blogspot.com



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Tem recebido inúmeras críticas, nacionais e internacionais, de grandes nomes das artes plásticas, tais como os críticos de arte portugueses António Bacalhau e Margarida Botelho; a Poetisa Teresa Machado; o artista plástico e fundador do Visionismo em Portugal Luís Vireira-Baptista; e membros da AICA “ Associação Internacional de Críticos de Arte” como Luís Hernández Del Pozo, Julia Sáez-Angulo, José Manuel Alvarez Enjuto e Joan Lluis Montané.

Prémios e Bibliografia

Prémios

1989 - Menção Honrosa Galeria Multiface
1990 - 1º Prémio da Exposição Internacional de Aguarela de Madrid – Espanha
1991 - Menção Honrosa Galeria Multiface
2005 - Menção Honrosa Galeria Arte Livre
2006 - Menção Honrosa Galeria L.94
2007 - Menção Honrosa Galeria Actual
2008 - Prémio Revelação Artista Galeria Actual

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Bibliografia

1991 – “80 Artistas em Portugal” de Margarida Botelho
Citado em várias revistas e publicações nacionais e estrangeiras
Arte 98 Infante do Carmo

2008 – “Pintura Contemporânea Portuguesa – 100 Pintores” de Chancela Real
Livro “Menos Solidão” Associação Coração Amarelo Galeria Verney Oeiras

Exposições Individuais

Exposições Individuais

1991– Galeria Multiface (Lisboa)
Galeria Sto. António dos Cavaleiros

1993 – Galeria Multiface (Lisboa)
1995 – Museu Municipal de Torres Novas
Junta de Freguesia da Cascais

1996 – Galeria L.94 (Lisboa)
1997 – Galeria L.94 (Lisboa)
1998 – Galeria L.94 (Lisboa)
Hotel Penta (Lisboa)

2000 – Arthouse (Cascais)
2001 – Arte na Villa– Sala 3 (Cascais)
2003 – Arte na Guia (Cascais)
BelourArte Gallery (Sintra)

2004 - Palácio Sotto Mayor (Lisboa)
Galeria L.94 (Lisboa)

2006 – Galeria L.M. (Sintra)
Tagus, Parque (Oeiras)
2007 – Casa D`Art (Holanda/Roterdão)
Galeria Actual, 20 Anos Carreira (Lisboa)

2008 – F. Int. de Arte e Antiguidades (Lisboa)
2009 – Cubo de Cristal Marina de Cascais “The Free Style” (Cascais)

Exposições Colectivas

Exposições Colectivas

1984 - Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa)
1986 - Galeria de Arte do Casino Estoril (Estoril)
Galeria Edmundo Cruz


1987 - Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa)
1989 - Galeria Multiface (Lisboa)

Galeria Arcada

Arco de Madrid (Espanha)


1990 - Galeria de Arte do Casino Estoril (Estoril)
Galeria Trindade

1991 - Galeria Edmundo Cruz
1994 - Galeria L. 94 (Lisboa)
1995 - Museu Regional de Sintra (Sintra)
Galeria Época (Guarda)
“VI Centenário dos Bombeiros Portugueses” C.G.D (Lisboa)

1996 - “Art’Oeiras” – Galeria Vemey (Oeiras)
1997 - Galeria L.94 (Lisboa)
Galeria Gali

1998 - Galeria Spring
Galeria L.94 (Lisboa)
Galeria Gali

1999 - Galeria ArtHouse (Cascais)
Galeria R.C.L. (Sintra)
Oficina da Arte (Setúbal)

2000 - Galeria L.94 (Lisboa)
Galeria EuroArte
Espaço Cultural – Cascaishoping (Cascais)

2001 - Semanas Culturais – Cascaishoping (Cascais)
Inauguração da Galeria Arte na Villa (Cascais)

2002 - Cultura à Mão – Cascaishoping (Cascais)
Museu da Água (Lisboa)
Bianal de Alenquer (Alenquer)

2003 - Feira de Arte Independente de Madrid (Espanha)
2004 – II Feira de Arte Contemporânea do Estoril (Estoril)
Galeria L.M. (Sintra)
Belourate Gallery (Sintra)

2005 - Galeria Via Veneto, L.94 (Lisboa)
Galeria Arte Livre

2006 - Galeria L.M. (Sintra)
Feira de Arte Independente de Madrid (Espanha)

2007 - Galeria Casa D`Art Roterdão (Holanda)
2008 - Galeria Actual (Lisboa)
Convento do Beato (Lisboa)
Galeria Verney C.M. de Oeiras (Oeiras)
Art Expo 30 Years New York (U.S.A)
Galeria First Gallery “100 Pintores Portugueses Contemporâneos” (Lisboa)

2009 – Quinta da Costa “Um Pouco de Nós” (Famalicão)
Exposição a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro (Lisboa)
Exposição a favor da Liga Portuguesa contra a Sida (Lisboa)

2010 – Galeria Actual e Cruz Vermelha Portuguesa “Ajude o Haiti, Agora!” (Lisboa)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

JOÃO FEIJÓ - “The Free Styler”

O porquê do Free Style (estilo livre) na sua obra, segundo o próprio João Feijó, prende-se o com o facto de ser o modo como se sente mais confortável face à Arte ou mesmo o caminho a que se entrega e no qual mais se desenvolve.

Não se considera um pintor “seguidista”, por não aderir a qualquer tipo de regras ou de estilos que permitiriam, de imediato, identificá-lo ou fazê-lo ser entendido pela comunidade artística. Ao invés, sente que a sua postura é a sua maneira de ser totalmente leal à sua criação e, como Pablo Picasso dizia, “um artista preso a um estilo é um artista condenado”.

João Feijó adora ser livre e sem castrações naquilo que tem de criar e quer ser sempre isento de quaisquer medos de críticas que possam afirmar que é um artista sem um estilo definido. É por isso que aceita que não será muito fácil ser interpretado ou entendido, mas esse factor pouco lhe importa, bem pelo contrário, dá-lhe até uma refrescante alegria, na medida em que irá ter de ser acompanhado a vida inteira, sem nunca correr o risco de ser óbvio.

Pinta, antes de tudo o mais, para si próprio, tentando ser o mais fiel possível às suas vontades momentâneas e ao estado de espírito em que se encontrar, sendo-lhe de todo impossível pintar, se estiver triste, algo onde abundem as cores garridas, os movimentos rápidos, em suma, a alegria. É por esta razão que cria, num estado de espírito mais nostálgico, obras mais bucólicas e monólogos de tonalidades médias e transparentes. De idêntico modo, quando se encontra mais alegre, deixa fluir as mensagens com que o seu corpo e mente o impregnam e recria o que lhe vem à mente nessa justa ocasião. Assim nascem as obras mais fortes, mais marcantes, sem grandes romantismos, mas antes com os sentimentos mais consentâneos com a euforia específica do instante em causa.

Pintar é algo comparável a viver. Do mesmo modo que existem dias em que se acorda com os sentimentos mais diversos (alegres, apaixonados, tristes, stressados, angustiados, ansiosos), assim nascem as obras...

João Feijó não consegue sequer vislumbrar-se a pintar no mesmo estilo durante anos, como tantos artistas que conhece e cujo processo criativo, técnica e até evolução admira, optam por fazer... Para ele, isso seria impensável, uma desastrosa monotonia.

Todavia, no mundo dos nossos dias, já não é somente a técnica aquilo que mais prevalece, mas antes a criatividade, o produto final que o artista consegue transmitir, o sentimento mais fidedigno do que experimentou num determinado instante e que assim se imortaliza. Não que o lado académico não seja importante, mas a realidade é que existem muitos professores de arte e até escolas que condicionam, de certo modo, a espontaneidade oriunda de alguns potenciais futuros criadores artísticos.

Contudo, esta é uma matéria em que entende não precisar de se alongar demasiadamente, porque o que importa deveras é tentar passar a mensagem da razão de ser do modo como vê a arte em si e na sua vida e vice-versa, pois não consegue mesmo vislumbrar-se desenvolvendo qualquer outra actividade senão a de criar, a qual designa, desassombradamente, por “gozo pessoal”, algo muito para além de si mesmo e parte integrante do seu ser interno e inteiro, bem mais do que somente uma mera profissão.

Feijó ama o que faz: pintar, criar arte! Para ele é tão essencial como respirar, comer, dormir ou amar... Entende que é um privilegiado porque faz o que gosta e quer e, ainda, é remunerado por isso.

Como tantos outros, afirma, não se sente excepção. Passou uma fase de tormento, no início da carreira, um tempo de afirmação como artista e, como é óbvio, o reconhecimento levou alguns anos a chegar, porém, a vantagem é que, contrariamente à grande maioria das outras profissões, quanto mais velho fica o pintor, mais pode valer, mais apurado e sensível se vai tornando, logo, não corre tanto o risco da “pasmaceira da reforma”, que tanta gente ceifa à vida, uma vez que a inércia se apodera dos mais idosos e os remete para uma espera quase fatídica do dia do “juízo final”.

No que concerne às várias fases da pintura deste artista, vou falar-vos primeiramente da aguarela. Geralmente revela um estado meio silencioso e nostálgico e talvez até alguma nova paixão que desponta ou um querer amar de novo... As obras são verdadeiros ansiolíticos ou, por vezes, placebos que acalmam o artista e o transportam para uma nova realidade: a da aparente tranquilidade.

Os óleos, técnica que menos aprecia trabalhar, mostram obras mais quentes, com cores e matérias mais fortes, onde pinta temas mais quotidianos e minimalistas, correspondendo a uma época de grande autoconfiança e, consequentemente, reveladoras de grande pesquisa artística.
No tocante aos acrílicos, técnica de que gosta bastante, são talvez os quadros que mais lhe permitem uma melhor execução, porque lhe possibilitam acompanhar com a mão, com mais rigor e exactidão, a desenfreada velocidade-luz da sua mente.

Com efeito, os conteúdos da sua última exposição, realizada em 2007 e intitulada “Uma Vontade Antiga”, foram quase integralmente inspirados em tons terra, sépias e ocres quentes, tons estes que lhe permitem recuar no tempo e recordar um dos cheiros que mais ama: o da chuva na terra seca e as viagens por terras de África. O acrílico permite ainda a realização de algumas aventuras, como adicionar matérias muito variadas de que gosta particularmente, ou seja, Feijó aprecia, como eu, aliás, “ferros velhos e lixeiras”. E mais não digo...

Sobre João Feijó, o melhor mesmo, em minha modesta opinião, é verdes e julgardes por vós próprios! Deixo o desafio!

Lisboa, 3 de Setembro de 2009
Teresa Machado
(Poetisa, não crítica de arte)

Aguarelas de paisagens, vista panorâmica, cores que difundem o tom!

O artista português plasma nas suas aguarelas panorâmicas paisagens da alma, paisagens do coração, outras paisagens que partem da realidade e que estão matizadas com sensações, com vibrações que sobem e descem, que se encontram para brincar com diferentes ritmos.

Ritmos cromáticos que são partes de um tudo evidente, que se determina com a vontade de aquele que pretende canalizar os quatro elementos, aplicando-os em cada circunstância, quer seja em paisagens de água, em paisagens que mostram grandes extensões verdes, como se fossem produto de um instante, removendo-se como o ar, quer em paisagens que unem céu e terra, convertendo-se em vibração emocional.
Exibe outras paisagens que são produto do interior, do eu espiritual do artista, que contêm referências exteriores mas que vão mais além do que se vê e contempla.
Trata-se de um conjunto de paisagens que são partes de um tudo programado, que estão veiculados através da aguada, de uma aguada subtil, que se instala com prontidão, definindo aquilo que é mais importante na composição.
Também possui paisagens que são produto da terra, com casas, construções rurais características, que conectam com a necessidade de situar o espectador em determinadas paragens. Sendo belos, são inteiramente materiais, no sentido de querer instalar-se mais além das circunstâncias que os geraram, porque há uma espécie de consciência subjacente que os impulsiona para os estádios que o artista pretende fazer-nos contemplar.
Tem grande precisão, mas, na aguarela, deixa voar o pormenor ou a descrição ao ar do momento.
As suas paisagens são livres, sem disfarces, sem cadeias nem valas, perdendo-se, em ocasiões, no horizonte.
Um horizonte que se enquadra numa determinada evidência do eu mais subtil e fluído, do eu mais determinante, porque quer exprimir a densidade sem abusar da matéria, para instalar-se no momento, no instante fugaz que é aquele que determina a característica principal do amor entendido como parte de um tudo em que os elementos e a natureza jogam um papel fundamental.


Joan Lluís Montané
Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA)

A Arte Digital! Evocação, Símbolo, Mulher, Espiritualidade e Paisagem de sonho!

As suas fotografias descrevem uma realidade que, frequentemente, é de sonho. Buscador da beleza, com as suas montagens fotográficas digitais, pretende alinhavar a formosura com a liberdade, a espiritualidade com o mundo e o planeta livres.
É um artista que procura a forma estética, a beleza externa, como partes de um tudo harmónico, que abrange desde a mulher, a natureza e o planeta terra até o cosmos e os grandes mestres espirituais.
As suas fotografias são evocadoras, cheias de sonhos alegóricos, em que combina sobreposições, transparências, determinados contrastes cromáticos, figuras humanas com o mundo dos devas e das fadas.
Interessa-se por paisagens com pôr-do-sol, aviões que decolam, voam ou aterram com a cara ou o rosto de uma determinada mulher, que sugerem fugidas românticas ou a lembrança da amada que está longe.
A lua e a terra como símbolo da mulher amada, a força da paixão no rosto, o fogo do amor, o que se anseia numa relação.
Realiza fotografias nítidas, com efeitos especiais, com imagens dentro de outras composições fotográficas, fotografias dentro de fotografias, a modo de collage, procurando a complementaridade do subtil, em linha com o elegante, dentro de uns parâmetros nos que destaca a beleza em estado puro.

Joan Lluís Montané
Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA)



http://www.art-joaofeijo.com/

A dinâmica da paisagem e os instantes da visualização, ritmo

João Feijó indaga na paisagem da natureza, como se fosse uma necessidade interior, essencial e verdadeiramente subtil e profunda.
Conecta com o tudo, com a totalidade do emblemático, no sentido de ser capaz de precisar o instante, como se o instante fosse o momento crucial, o eu vital.
Entende a vida como essência, como determinação do segundo. Por essa razão as suas paisagens são partes de um instante, que se reflectem para além da vitalização das vibrações.
Os instantes de visualização são os que percebem a acção, quer nos seus acrílicos de cenas de cidade, quer nas aguarelas que mostram de modo panorâmico a verdadeira marca da navegabilidade da paisagem, entendida a natureza como fio conector.
Um fio conector que indaga na transformação do instante, segundo a segundo, como alegoria de quanto existe por si próprio, no profundo da versatilidade.
Da dinâmica da paisagem à vontade do instante, mulher pedalando, homem com cão com o jornal na boca, paisagem com ponte, cidade que se reflecte ao longe, ritmo urbano na deliquescência do acrílico, o poder da aguada em conexão com as paisagens à volta, com a natureza do momento e do profundo.
A vontade do ser é a vontade do acontecer, a vontade do instante, subtil, emblemático, quase como produto de um momento que é aquilo que se define como a verdadeira determinação.
O determinante é a evidência do momento. Capta o momento sem incidir no pigmento, não procura a matéria pela matéria, o que procura é veicular a cor com gesto e dinamismo, para contemplar aquilo que vê de forma poética, quase como um fotograma de um filme inventado, mas que possui raízes de veracidade na realidade que o circunda.


Joan Lluís Montané
Da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA)


http://www.art-joaofeijo.com/

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Estádios, estados, a cor, a forma harmónica e a paisagem como panorâmica da alma


Estados da alma, estádios da mente. A alma e a mente na grande viagem ao interior de um próprio.
Uma viagem que parte de um tudo, que se instaura a partir da procura da luz, do que existe mais além do que olhamos, do que realmente nos motiva para viajar e transformar-nos no fio de ouro do labirinto de Ariadne.

João Feijó compreende esta particular Viagem a Ítaca, uma viagem espectacular que fazemos todos, que faz ele, e que o faz partindo de um eu, que vai à procura do seu super eu, de isso e do supra ser.

As suas paisagens são estados da alma, estádios da mente, produto das emoções, das subtilezas do pensamento.

Em sua obra parece como se tudo estivesse esbatido, quer sejam céu e água, quer terra e pitadas do vento que tudo move. Mas não há gesto, é o poder de evocação do cromatismo o que nos impulsiona a viajar com a magnanimidade dos que sabemos que somos capazes de superar todas as provas.

Estádios, estados, a cor, a forma harmónica, a paisagem como panorâmica da alma em todos os seus ângulos.

Paisagem urbana, gentes, pressa, sensação de velocidade no nada, bicicletas, chuva, calcetado singular, pontes e casas, animais que vão com o dono procurando o que não é miragem e que são partes de um tudo urbano.

Paisagens, água, céu, casas, bela arquitectura rural, que fica extasiada a partir de um tudo que se encontra num conjunto de inquietudes, que se produz como se fosse circunstância da substância essencial que tudo o harmoniza.

É um buscador independente, livre, sem ataduras, que não quer que lhe ponham etiquetas, que se constitui como parte de um tudo efectivo e conjuntado, que vai mais além, que se enaltece e se realiza para as profundidades do belo a partir da realidade, de uma certa realidade que entende como uma coisa que vai muito mais longe do que é em aparência.

Plasma aspectos do real, aqueles aspectos particulares que são especialmente belos. Porque a beleza é um estádio da alma, produz harmonia, aproxima-nos da paz, afasta-nos da guerra, dá-nos o necessário amor para superar os obstáculos existentes postos como provas essenciais de grande precisão.

É um catalizador da alma, do momento, medita no aqui e no agora, porque todos estamos na senda que nos indicaram os grandes mestres que no mundo foram, embora, em ocasiões, não saibamos como iluminá-la.
Neste caso, João Feijó diz-nos o modo, sendo momento com o momento, estádio da alma com a alma, anedota com o anedótico e essência de água com as suas paisagens da água.

Joan Lluís Montané
Da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA)


domingo, 17 de janeiro de 2010

A realidade; o instante no acrílico


A obra pictórica de João Feijó indaga em aquelas parcelas da realidade que são instantes, momentos, experimentações do segundo.
Segundo a segundo, a existência separa a sua poesia diária, a sua formulação determinante na evidência da transmutação. Porque o artista português aprofunda no momento, na determinação do instante.
Capta os cidadãos de forma subtil e evidente, momento a momento, quando vão comprar o pão, acompanhados do seu cão, circulando em bicicleta, quando vão para o emprego, passeiam, contemplam, se divertem, pensam, riem, choram, estão deprimidos ou a evoluir para uma nova geração de realidades.
Interessa-se pelo momento, que é a expressão do instante preciso, da formulação de quem se sabe possuidor de uma atitude que vai mais além dos alcances habituais.
É capaz de se recriar num instante fugaz, imortalizando esse momento, para convertê-lo em catalisador do destino.
Cada instante é inigualável e irrepetível, embora, aparentemente, cada pessoa o estabeleça de modo parecido, o realize de forma semelhante.
A vida é somatório de momentos, soma de conceitos e ideias que vão mais longe, que se reformulam com constância e repetição, para ser totalmente universais e únicos.
A verdade existe para ser mudada, para ser achada no mais fundo da articulação do discurso vital.
O instante é importante, porque capta a vida no presente activo, no aqui e no agora, para, depois, convertê-lo numa obra de arte, transmutar o momento, ser conscientes de que o instante é universal e alheio a quem o produz uma vez captado pelo artista plástico.
O instante converte-se no universal, expressão do sentimento, do estádio mental e espiritual, físico e de purificação que conduziu à sua pessoa e criação.
Cada momento é a expressão de uma determinada energia que o artista capta e expressa, extrapolando o seu pensamento, fomentando uma atitude instalada na obliquidade, no gesto, no movimento, na dinâmica da energia, na transformação do instante.
Conquista o instante que é parte do universo, ainda mais, é o cosmos em si próprio, representado formalmente na terra, por meio dos humanos, animais e paisagens, mas, no fundo, é pó de estrelas.

Joan Lluís Montané
Da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA)

Esculturas, mármore, bronze e acrílico

João Feijó é um artista plástico português que possui um olhar interior e pessoal, que se baseia e inspira em seu país mas com um claro alcance internacional, que se sente e trabalha livre, sem etiquetas, sem pretender caminhar para um conceito concreto, antes procura ser único no diverso, permitindo-se investigar em diferentes linhas e disciplinas artísticas, com nexos em comum coincidentes. Na sua escultura é expressivo, procura a linearidade do insinuante, quanto que na aguarela evoca o poder da aguada e no óleo determina o pormenor, procura o objecto, a paisagem ou a cena com precisão.

No caso do acrílico é mais subtil, evade-se de uma ideia de realidade, indo mais além do pormenor, do característico, para instalar-se mais além da descrição, procurando o sonho, a alegoria, para fazer parte de um especial modo de entender a existência, partindo de uma realidade mas fazendo-se subtil para ser mais preciso no determinado.
A sua escultura, como a cabeça de cavalo, é expressiva, é um canto à liberdade, mas, ao mesmo tempo, possui a necessária póesis para viajar através do emblemático, procurando a alegoria e inclusivamente o símbolo.

João Feijó consegue definir-nos que a existência é produto da suma de momentos, do conjunto de instantes, da determinação do que existe, a partir do que se vê e do que não se vê mas existe. Significa que é capaz de procurar símbolos para definir aquilo que não se vê mas que, ao mesmo tempo, determina a verdade da realidade partindo de uma certa descrição.

Em resumo, a sua obra entende-se a partir da análise da realidade, também através da determinação do alegórico e da visualização do que é espiritual, para ficar convertida em parte do seu conjunto de pensamentos e sensações.

Emprega mármore para a base, bronze para o desenvolvimento da ideia e acrílico como cor. O resultado é uma criação que destaca pela sua alegoria expressiva, sem renunciar a um certo tom enigmático.

Joan Lluís Montané
Da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA)

Entre Luzes



Costuma ser frequente que em artistas que moram ao pé do mar a luz e a cor abundem em grande parte da sua obra, como também o retrato da vida quotidiana das suas terras, os afazeres plácidos e calmos dos seus cidadãos em convívio. São habitualmente estas cenas simples e costumeiras da vida de cada amanhecer as que ilustram os trabalhos destes artistas. Pequenas sequências em curtos relatos desses acontecimentos, milhentas vezes repetidos por semelhantes, num recreio infinito após postos em linguagem plástica, vizinhos refastelados em velhos bancos ao sol numa das suas praças, ruas desertas como o modelo de cidade, fachadas habituais do lugar, o entardecer bucólico, o amanhecer literário. Em tudo isto a revelação de um carácter particular do lugar mostrado a través de fundos de gamas inacabáveis.

A obra de João Feijó decorre por essa narrativa de influência, tantas que não deixa de se perguntar qual a melhor maneira de registar todos esses acontecimentos que o envolvem cada jornada, se a través das texturas dos acrílicos, se utilizando a sucosidade do óleo, se pelo instantâneo das fotografias, se pela modulação da acção digital, a imponência da tridimensionalidade, a poética das aguarelas. Em qualquer dos casos, nada nos é ocultado na sua tentativa exultada de recriar a vida próxima, a vida repleta de luz frequentada pelo inchaço das cores. Assim o seu exercício.


José Manuel Álvarez Enjuto, Março 2009
Crítico de arte y doctor en Bellas Artes

http://www.art-joaofeijo.com/

Mestre da Aguarela


Aguarelista notável que também pinta a óleo e a acrílico, dedica-se à escultura e à fotografia e é director artístico da Galeria Actual.

Inspira-o o mar e o quotidiano natural e humano, envoltos por uma sensibilidade que remete ao Oriente.



Falar da aguarela moderna em Portugal é, forçosamente, falar de João Feijó, um jovem artista, irrequieto e introvertido, que alia à sua vocação precoce e bem demonstrada, uma preparação única em todas as técnicas de pintura, com especial relevo para a aguarela, cuja técnica assimilou durante a sua estadia na Alemanha, onde completou a formação recebida no país natal.
Feijó, detentor de uma forte vocação, frequentou os cursos da ARCO e da Sociedade Nacional de Belas Artes portuguesa (SNBA), o que lhe permitiu expor nas mais prestigiadas galerias, não só de Portugal, mas também de vários países europeus, sendo de destacar a sua participação na Feira Internacional da ARCO de Madrid. Sendo, talvez, um dos certames mais exigentes da Europa, esta feira aposta na modernidade de expressão, sempre que isso signifique uma garantia de qualidade, transmita um cunho pessoal e uma grande imaginação na selecção dos temas e na força de os tratar.
Este jovem artista português preenche, em grande escala, todas essas condições «sine qua non» exigidas pelo certame de Madrid, tendo obtido, entre outros numerosos galardões, o I Prémio na Exposição Internacional de Aguarela de Madrid.
Por termos tido a sorte de observar o pintor no seu meio ambiente, podemos afirmar que a perfeição do desenho, a perspectiva formal, os pontos de fuga como valor determinante do enquadramento e uma coloração monocromática, com predominância das cores frias, especialmente os vermelhos, constituem a garantia das obras que o nosso artista apresenta ao público interessado em arte. Como é essencial aos bons aguarelistas, a água corre, em liberdade absoluta, pelo suporte eleito, como se o elemento líquido, por especial graça da sua natureza, soubesse onde ir e como o fazer; só os grandes mestres da aguarela o conseguem fazer e isso está presente nas obras de Feijó que, naturalmente, não repudia o emprego de outras técnicas ou de outros matizes nos seus trabalhos. Torna-se assim necessário referir que, tendo a cor e a matéria como artífices, o artista esquece o que está a pintar e entra num jogo de luz e sombras, de formas rítmicas, de repartição de relevos, que proporcionam ao espectador o clima ideal para que possa entrar em comunicação com o pintor. Isto é o que, em definitivo, constitui a obra de arte bem feita, obra essa que temos de ver, para além de olhar e, acima de tudo, que é necessário sentir, para se captar toda a beleza que encerra a pintura de João Feijó.


Luís Hernández Del Pozo, 11 de Novembro 2008
De la Asociación Internacional de Críticos de Arte (AICA)


Pintura, poesia e solidão

As paisagens e as figuras são os géneros pictóricos mais viajados e que permitiram, a este pintor português, ser galardoado em Espanha. João Feijó é um artista versátil nas suas manifestações plásticas. A sua obra deriva de registos em óleo, acrílico, aguarela, fotografia, litografia, serigrafia... Em todo o seu trabalho plástico existem constantes poesias dignas de sublinhar: um certo sentido romântico, quase metafísico, nas suas paisagens; crónicas ou testemunhos sociais nas suas figuras.

As Séries de Paisagens de Feijó, intituladas Linhas de Água e Terras do Sul revelam um reportório icónico de grande beleza formal e cromática, onde as casas brotam de um modo enigmático, nos horizontes que servem de referência, como dividir um quadro nos três espaços de terra, arquitectura e névoa. As paisagens são na sua maioria solitárias, aparentemente desabitadas, que lhes confere um intensidade poética peculiar. O domínio do desenho está presente nestes trabalhos plásticos, iluminados por cor que se funde como protagonista neste tema.

A Série figurativa ou Personagens urbanas desenvolvida numa outra fase da carreira do artista, revelam a melancolia que os seres humanos sentem pela vida. São cenas que reflectem a solidão dos homens e a dureza do quotidiano. Rostos meio invisíveis com um enfoque quase fotográfico. Aqui a paleta contém-se os tons avermelhados e ocres, com o branco a iluminar uma quase intencional monocromia, provocando uma profunda carga emocional. Os títulos das obras revelam esse clima: Regresso a casa (em várias versões); O verdadeiro amigo; Uma mente livre... Pintura com drama que se liga com as raízes ou certa filiação de Edgard Hopper.
Em suma, uma pintura que faz jus à afirmação de Boecio: “Todo lo humano me interesa”.

Julia Sáez-Angulo
De la Asociación Internacional de Críticos de Arte

6 de Maio 2009

http://www.art-joaofeijo.com/