segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aguarelas de paisagens, vista panorâmica, cores que difundem o tom!

O artista português plasma nas suas aguarelas panorâmicas paisagens da alma, paisagens do coração, outras paisagens que partem da realidade e que estão matizadas com sensações, com vibrações que sobem e descem, que se encontram para brincar com diferentes ritmos.

Ritmos cromáticos que são partes de um tudo evidente, que se determina com a vontade de aquele que pretende canalizar os quatro elementos, aplicando-os em cada circunstância, quer seja em paisagens de água, em paisagens que mostram grandes extensões verdes, como se fossem produto de um instante, removendo-se como o ar, quer em paisagens que unem céu e terra, convertendo-se em vibração emocional.
Exibe outras paisagens que são produto do interior, do eu espiritual do artista, que contêm referências exteriores mas que vão mais além do que se vê e contempla.
Trata-se de um conjunto de paisagens que são partes de um tudo programado, que estão veiculados através da aguada, de uma aguada subtil, que se instala com prontidão, definindo aquilo que é mais importante na composição.
Também possui paisagens que são produto da terra, com casas, construções rurais características, que conectam com a necessidade de situar o espectador em determinadas paragens. Sendo belos, são inteiramente materiais, no sentido de querer instalar-se mais além das circunstâncias que os geraram, porque há uma espécie de consciência subjacente que os impulsiona para os estádios que o artista pretende fazer-nos contemplar.
Tem grande precisão, mas, na aguarela, deixa voar o pormenor ou a descrição ao ar do momento.
As suas paisagens são livres, sem disfarces, sem cadeias nem valas, perdendo-se, em ocasiões, no horizonte.
Um horizonte que se enquadra numa determinada evidência do eu mais subtil e fluído, do eu mais determinante, porque quer exprimir a densidade sem abusar da matéria, para instalar-se no momento, no instante fugaz que é aquele que determina a característica principal do amor entendido como parte de um tudo em que os elementos e a natureza jogam um papel fundamental.


Joan Lluís Montané
Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA)

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