Costuma ser frequente que em artistas que moram ao pé do mar a luz e a cor abundem em grande parte da sua obra, como também o retrato da vida quotidiana das suas terras, os afazeres plácidos e calmos dos seus cidadãos em convívio. São habitualmente estas cenas simples e costumeiras da vida de cada amanhecer as que ilustram os trabalhos destes artistas. Pequenas sequências em curtos relatos desses acontecimentos, milhentas vezes repetidos por semelhantes, num recreio infinito após postos em linguagem plástica, vizinhos refastelados em velhos bancos ao sol numa das suas praças, ruas desertas como o modelo de cidade, fachadas habituais do lugar, o entardecer bucólico, o amanhecer literário. Em tudo isto a revelação de um carácter particular do lugar mostrado a través de fundos de gamas inacabáveis.
A obra de João Feijó decorre por essa narrativa de influência, tantas que não deixa de se perguntar qual a melhor maneira de registar todos esses acontecimentos que o envolvem cada jornada, se a través das texturas dos acrílicos, se utilizando a sucosidade do óleo, se pelo instantâneo das fotografias, se pela modulação da acção digital, a imponência da tridimensionalidade, a poética das aguarelas. Em qualquer dos casos, nada nos é ocultado na sua tentativa exultada de recriar a vida próxima, a vida repleta de luz frequentada pelo inchaço das cores. Assim o seu exercício.
José Manuel Álvarez Enjuto, Março 2009
Crítico de arte y doctor en Bellas Artes
http://www.art-joaofeijo.com/
SIMPLESMENTE...AMEI!!!!
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